ATA DA VIGÉSIMA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 27.08.1996.

 

Aos vinte e sete dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte e seis minutos constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Enio Berwanger e à entrega do Título de Esportista Exemplar ao Senhor Rui Barbosa da Silva nos termos dos Requerimentos nºs 09 e 07/96 (Processos nºs 1117 e 464/96) de autoria do Vereador Luiz Braz. Compuseram a MESA: o Vereador Isaac Ainhorn, Presidente desta Casa, os Senhores Enio Berwanger e Rui Barbosa da Silva, homenageados, o Desembargador Nelson Rassier, representante do Tribunal de Justiça do Estado, o Senhor Gilmar Todin, Secretário Substituto da Secretaria Municipal de Esportes, Recreação, e Lazer e representante do Senhor Prefeito Municipal, e o Major Francisco Carlos Freitas, representante do Comando Geral da Brigada Militar. Em Continuidade, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à execução do Hino Nacional. Logo após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Luiz Braz, como proponente destas homenagens e em nome das Bancadas do PTB, PT, PDT, PMDB, PCdoB e PST, discorreu sobre importantes aspectos das trajetórias dos homenageados, ressaltando a atos concretos em benefício da comunidade e finalizou dizendo que considera ambos vencedores em suas respectivas áreas, um no Esporte e o outro nas Comunicações. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou as presenças do Senhor Rubem Rodolfo Engler, representante da Federasul, do Coronel Irani Siqueira, representante do Comando Militar do Sul, dos Jornalistas Gilberto Simões Pires e Xicão Tofani e do Senhor Otávio Gadret, Diretor-Presidente da Rede Pampa de Comunicação, este último sendo convidado a integrar a Mesa. A seguir, o Vereador João Dib, em nome da Bancada do PPB, parabenizou os homenageados, não somente pela presente homenagem mas por todas as vitórias e realizações ao longo de suas vidas, fazendo referência também aos amigos e familiares que sempre os apoiaram nos momentos difíceis. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, falou da sua admiração pelos homenageados tendo em vista a determinação com que ambos sempre desempenharam as suas atividades, seja dentro dos meios de comunicação, o Senhor Enio Berwanger, seja no campo dos esportes, o Senhor Rui Bargosa da Silva, salientando a justeza desta homenagem posto que estes dois cidadãos engrandecem o nome da nossa Cidade. O Vereador Lauro Hagemann saudou os homenageados ressaltando que hoje, aqueles que contribuem para a melhoria da qualidade geral da cidadania, engrandecendo a sociedade porto-alegrense são considerados cidadãos especiais, e que esses dois são o melhor exemplo desse grau de cidadania. O Vereador Antonio Hohlfeldt destacou algumas passagens dos históricos dos homenageados, ressaltando algumas semelhanças entre eles e suas contribuições à comunidade, que justificam a realização desta Sessão em uma única homenagem. Em prosseguimento o Senhor Presidente convidou o Vereador Luiz Braz para fazer a entrega da Medalha da Cidadania de Porto Alegre ao Senhor Enio Berwanger e o Desembargador Nelson Rassier para entregar o Diploma, a seguir convidando o Senhor Gilmar Todin para fazer a entrega do Diploma ao Senhor Rui Barbosa da Silva. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos homenageados que, respectivamente, agradeceram a homenagem que lhes fora prestada por esta Casa. Às dezoito horas e trinta e nove minutos, o Senhor Presidente agradeceu à presença de todos, registrando também a presença dos Vereadores Artur Zanella e Jocelin Azambuja e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Isaac Ainhorn e secretariados pelo Vereador Luiz Braz como secretário “ad hoc”. Do que eu, Luiz Braz, secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário.

 

 

ERRATA

 

ATA DA VIGÉSIMA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 27.08.1996.

 

- Quando do registro da abertura dos trabalhos, onde se lê “(...) o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre (...)”, leia-se “(...) o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre (...)”.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn) : Damos por aberta esta Sessão Solene que se destina à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Enio Berwanger e à entrega do Título de Esportista Exemplar ao Sr. Rui Barbosa da Silva.

Convidamos o Sr. Enio Berwanger e o Sr. Rui Barbosa da Silva para integrarem a Mesa. Igualmente, convidamos S.Exa. o Desembargador Nelson Rassier, que representa o Presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Desembargador Adroaldo Furtado Fabrício; o Sr. Gilmar Tondin, que representa S.Exa. o Prefeito Municipal de Porto Alegre, Secretário Substituto da Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer; o Major Francisco Carlos Freitas, representando o Comando-Geral da Brigada Militar do Estado.

Nós prestamos, nesta Sessão Solene, duas homenagens: de um lado ao jornalista, radialista e publicitário Enio Berwanger, que recebe o Título de Cidadão de Porto Alegre, e igualmente a Rui Barbosa da Silva, atleta corredor, que foi campeão gaúcho, brasileiro e sul-americano, tendo participado várias vezes da Corrida de São Silvestre. As homenagens são oriundas de uma iniciativa do Ver. Luiz Braz, cujas proposições tiveram apoio desta Casa para a realização desta Sessão Solene. O Título de Cidadão de Porto Alegre, por força da lei, é uma lei municipal e que tem também a sanção - em conseqüencia de ser lei após a aprovação da Câmara Municipal, numa exigência deste título de honraria, de dois terços dos Vereadores - do Sr. Prefeito Municipal.

Convidamos a todos para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Procede-se à execução do Hino Nacional Brasileiro.)

 

Com a palavra, o Ver. Luiz Braz, que fala pela sua Bancada, o PTB, e também pelas Bancadas do PT, PDT, PMDB, PCdoB e PST.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Exmo. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Isaac Ainhorn; meu querido amigo, homenageado, Enio Berwanger; meu querido amigo Rui Barbosa da Silva, homenageado; Exmo. Sr. representante do Tribunal de Justiça do Estado, Desembargador Nelson Rassier; Exmo. Representante do Prefeito Municipal de Porto Alegre, Sr. Gilmar Tondin, Secretário Substituto da Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer; Exmo. Sr. representante do Comando-Geral da Brigada Militar, Major Francisco Carlos Freitas; Senhoras e Senhores; Srs. Vereadores, que comparecem a esta Sessão.

Quero cumprimentar a todos que vieram aqui hoje, nesta homenagem especial que faz a Câmara Municipal ao Sr. Enio Berwanger e ao Sr. Rui Barbosa da Silva.

Hoje, a Câmara está vivendo um dia muito especial por causa desta Sessão Solene que tem por objetivo homenagear duas figuras extremamente queridas e respeitadas por toda a nossa sociedade. São dois campeões, cada um na sua área de influência.

O Rui Barbosa da Silva é um campeão da saúde, de vitalidade, de vida. De cima dos seus 80 anos de existência, ele contempla uma trajetória cheia de vitórias, repleta de bons exemplos, de atos concretos em benefício da comunidade. E o Enio Benwanger um campeão de muitíssimo talento vencedor como radialista, como jornalista, como publicitário e, principalmente, um grande vencedor na duríssima missão de modificar a realidade que se apresenta à nossa frente, a fim de alcançar os objetivos pleiteados, que não causam benefícios pessoais, mas são extremamente importantes para toda a sociedade.

Eu faço questão de lembrar a todos que os Vereadores de Porto Alegre não podem distribuir títulos à vontade: existe uma legislação que limita cada um de nós. Portanto, existe um aumento da nossa responsabilidade quando nós escolhemos os nossos candidatos cujos nomes são apresentados para apreciação do Plenário. Quando pensei nesses dois nomes, eu tinha certeza absoluta de que a aprovação seria por unanimidade, e assim o foi. A homenagem quem presta não são apenas os 33 Vereadores, porque, quando nós votamos em algum Projeto, não somos individualidade; nós somos, sim, a representação de muitas vontades, do elenco de toda a sociedade que aqui se faz representar. É Porto Alegre que homenageia os seus filhos mais ilustres, hoje nas figuras do Rui Barbosa e do Enio Benwanger. Estabelecemos nesta dupla homenagem, neste momento, também um glorioso “grenal”, pois o Rui é atleta do Grêmio e o Enio é Conselheiro do Internacional. A única diferença desse “grenal” é que ambos, neste caso, estão muito bem. O Rui com uma vitalidade tão grande, que é capaz de percorrer as ruas da Cidade com suas passadas firmes e repletas de exemplos, sem demonstrar o menor cansaço. O Enio, através dos seus conhecimentos no mundo da comunicação, é capaz de continuar encantando seus amigos com sua amizade, com sua sinceridade, com o seu talento. Como Vice-Presidente da Rede Pampa de Comunicações realiza um trabalho hercúleo, com qualidade suficiente para elevar o prestígio daquela empresa, colocando-a entre as principais empresas de comunicação do Rio Grande do Sul e do Brasil.

O Rui Barbosa está aqui recebendo, hoje, esta homenagem porque ele é um dos grandes exemplos que temos em Porto Alegre de como uma pessoa pode atravessar uma vida toda e se manter firme com toda a saúde, nos seus 80 anos, capaz de correr pelas ruas da Cidade, assim como corre o Enio, ou nas pistas desse mundo todo, e ser um vitorioso. Ele é um grande vitorioso. Citarei algumas das participações do Rui Barbosa: em sua participação no 3º Torneio Internacional de Atletismo da SOGIPA ele ganhou quatro medalhas: especial, master, senior e veteranos; três medalhas de 1º Campeão do Troféu da Amizade Brasil-Japão, em 1995; 1º colocado na Rústica da Terceira-Idade, promovida pela Federação de Atletismo, com apoio da CRT; 1º colocado na categoria especial - Medalha Cidade de Florianópolis, em 1987; Medalha da Cidade de Porto Alegre, entregue em 26/03/87. Foi idealizador de várias rústicas em bairros da Cidade, envolvendo menores carentes de diversos bairros, inclusive da Glória. Foi eleito Conselheiro Tutelar em 1991; considerado pela Confederação Sul-Americana expressão máxima no fundismo, na categoria especial, contemporâneo do grande treinador e fundista Alexandre Davis. Conquistou vários títulos pelo Grêmio, pelo Cruzeiro, pela SOGIPA, pelo Internacional e também foi laureado pelo Grêmio Foot-ball Porto-Alegrense.

O nosso outro homenageado, nosso querido amigo Enio Berwanger, casado com a Sra. Maria de Lourdes Berwanger, tem um filho, que está presente aqui, o Enio P. Berwanger, que reside e exerce suas atividades profissionais em São Paulo. Foi agraciado com medalha por serviços destinados pela Brigada Militar e com a medalha de Porto Alegre pelo então Prefeito Alceu Collares. Em 1966, idealizou e realizou uma campanha para dotar a Av. Ipiranga de sinaleiras para orientar o trânsito de veículos naquela importante artéria. A falta de semáforos gerava uma grande confusão e inúmeros acidentes se sucediam, alguns fatais. Foi, então, idealizada a campanha da Ipiranga para o Ipiranga, que foi logo levada ao conhecimento de Severo Dullius, que estava executando o plano de racionalização do tráfego de veículos da Capital. Dullius aprovou a idéia. Como era associado ao Lions Clube de Porto Alegre-Redenção e presidia a Comissão de Prevenção de Acidentes, levou a campanha para o clube e procurou o apoio da “Folha da Tarde”, que lhe deu cobertura. Em seguida, procurou a MPM Propaganda, que apoiou a idéia e levou à diretoria da Refinaria de Petróleo Ipiranga, que, mostrando o seu despreendimento; a sua atenção para as coisas que diziam respeito aos cuidados com a pessoa humana e a racionalização do tráfego de veículos em Porto Alegre, aceitou a idéia e patrocinou a campanha. No ano seguinte, em outra campanha, foram colocadas sinaleiras nos cruzamentos das ruas Santana com Jerônimo de Ornelas e também na Santo Antônio com a Cristóvão Colombo, essas já com o patrocínio da Panambra, mas tudo num trabalho começado e idealizado pelo Enio Berwanger.

Essas são as duas grandes figuras que estão sendo homenageadas, como já disse no transcorrer do pronunciamento, não pelos 33 Vereadores desta Casa, mas pelo que os 33 Vereadores representam: a sociedade de Porto Alegre, que presta esta homenagem para esses dois homens de grande importância para todos nós. Parabéns, Enio Berwanger e Rui Barbosa da Silva. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós gostaríamos de registrar a presença do Sr. Rubem Rodolfo Engler, que nesta oportunidade representa a Federasul, e a presença do Cel. Irani Siqueira, que representa o Comando Militar do Sul. Gostaríamos, também, de registrar a presença dos jornalistas Gilberto Simões Pires, Xicão Tofani, que prestigiam este ato; registramos, também, com satisfação, a presença do Diretor-Presidente da Rede Pampa de Comunicação, meu particular amigo, Otávio Gadret, a quem convidamos para que, juntamente conosco, integre a Mesa Diretora dos trabalhos, nesta Sessão Solene.

Passamos, de imediato, a palavra ao próximo orador, o Ver. João Dib, que fala em nome do seu Partido, o PPB.

 

O SR. JOÃO DIB: (Saúda os componentes da Mesa e demais autoridades presentes.) Hoje, para mim, é um dia de alegria e de tristeza. De alegria, claro, porque duas pessoas importantes da nossa Cidade estão sendo homenageadas; de tristeza porque a Daniela e eu descobrimos hoje que o Enio Berwanger não é meu conterrâneo, não é da minha Vacaria. Mas o coração dele é todo de Vacaria. Então, nós perdoamos, não é, Daniela? Aí, o Enio Berwanger pode fazer como o Sócretes, quando lhe perguntaram se ele era de Atenas. Ele respondeu: “não sou de Atenas, não sou da Grécia, eu sou do mundo”. E agora o Enio Berwanger vai dizer: “eu não sou de Guaporé, não sou de Vacaria, mas eu sou Porto Alegre, porque Porto Alegre é o mundo”. Então, ele continua meu conterrâneo e dois vacarianos da maioria absoluta, conforme eu sempre acertei com ele, e o Rui Barbosa não tem problema nenhum porque ele é porto-alegrense, reconhecido nas ruas da nossa Cidade e na história da nossa Cidade. Uma pessoa capaz de trabalhar e se entregar ao seu esporte com o entusiasmo com que todos deveriam se entregar a todas as suas atividades. É um exemplo de que nós deveríamos nos valer muitas vezes, pela sua seriedade no que faz e que todos deveriam fazer da mesma forma. Mas, falando para os dois, para o nosso Enio Berwanger, que é o cidadão do mundo, porque Porto Alegre é o mundo, e falando para o Rui Barbosa, eu gostaria de dizer que ninguém recebe homenagem sozinho. Alguém foi de uma forma ou de outra partícipe dessa homenagem. No caso do Enio Berwanger, a Maria de Lourdes, daquela tradicional família Possapi, lá de Vacaria, da nossa Vacaria, o seu filho Enio; nos momentos difíceis, esses dois estavam lá para garantir que estava tudo certo. O Rui Barbosa, que corre aos 80 anos e ainda vai dar muitas alegrias, ele sempre encontrou uma Maria tranqüila para alimentá-lo bem, cuidar bem da sua saúde e um Rui Carlos e um Rubens para aplaudí-lo, além de todos os amigos que aqui estão, que também fazem a mesma coisa: aplaudem-no. Mas, nas horas mais difíceis, essas pessoas - a esposa, os filhos - é que estão mais presentes e nos dizem: “Siga, porque vai dar certo”! Então, esse momento que tanto o Enio quanto o Rui Barbosa vivem é muito importante nas suas vidas. Claro, como disse o Ver. Luiz Braz, os dois são campeões, os dois têm momentos muito importantes vividos na suas vidas, têm glórias a serem contadas, a serem cantadas, mas todos nós temos nas nossas vidas uma conta de poupança que nós nunca sabemos quanto tem e nem quanto vai ser gasto, porque a vida é feita de momentos; e os momentos são bons, uns, outros menos bons, e outros, até, muito ruins às vezes; e esses momentos de glória, esses momentos de satisfação que estão sendo vividos agora precisam ser creditados nas nossas contas de poupança para que, nos momentos difíceis, eles sejam lembrados e nós possamos dizer: “Valeu a pena. Aquele momento vai fazer com que eu enfrente este”. E vai enfrentar. Mas é claro que nós desejamos, todos nós, que nenhum dos dois tenha que enfrentar nenhum momento difícil, mas nós sabemos pelo seu passado, por tudo aquilo que já fizeram, que, se for necessário, enfrentarão, mas, agora, com um pouco mais de facilidade, sabendo que todos esses amigos que estão aqui, todos eles desejam que esse momento fique muito entranhado nos seus corações, fazendo com que tenham sempre muita satisfação. E nós, porto-alegrenses, nós Vereadores desta Cidade, desejamos que vocês continuem servindo esta Cidade: Rui Barbosa, correndo e levando a bandeira da Cidade por onde andar; o Enio, divulgando, comunicando, que é o seu “métier”. Aos dois todo o nosso carinho, todos os nossos votos de muitas felicidades, saúde e paz. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Pela Bancada dos liberais do PFL, fala o Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero, também, saudar ao meu particular amigo Otávio, da Rede Pampa de Comunicação, a quem o ilustre Presidente da Casa, habilidosamente, procurou trazer para o seu lado, repetindo uma façanha que se repete há 30 anos, quando nós dois disputamos o privilégio de termos ao lado essa figura notável do nosso amigo dos tempos ainda memoráveis das nossas lutas políticas, eles, lá, no Colégio Júlio de Castilhos, eu, no Colégio Dom João Becker; eu na UMESPA, junto com o Luizinho, eles na UGES, com o Trajano Ribeiro; todos, enfim, fazendo a sua parte. O Gadret, que é um destacado homem de comunicação do Estado, dá, a todos nós, ao Isaac, a mim, ao Dib, enfim, a todos os Vereadores uma alegria muito grande de estar conosco neste dia em que, com muita justiça, a Cidade de Porto Alegre tributa homenagem a essas duas figuras que, de formas distintas, alcançaram o destaque devido dentro da sociedade porto-alegrense e se impuseram ao respeito de todos nós ao ponto de que a sensibilidade do Ver. Luiz Braz tenha flagrado de forma objetiva, transformando num Projeto de Lei, como ele já afirmou, que mereceu o apoiamento de toda a Casa do Povo de Porto Alegre.

Pessoalmente, sinto-me feliz no dia de hoje. O Enio, mais do que o Rui, sabe perfeitamente bem dessas razões. Acredito que pouco depois que o Rui veio lá de Vacaria, onde foi alegrar a vida do Ver. João Dib, ele que é filho de Guaporé, logo depois que ele desembarcou na Rádio Guaíba, penso que lá pelo final dos anos 50, início dos sessenta, quando ele ainda era o “Correspondente Renner”, lembro de reiteradas ocasiões em que eu ia lá buscar o Luizinho, meu parceiro. Precisava ter o beneplácido de alguém, que justificasse diante do Flávio Alcaraz Gomes a conveniência da liberação do seu auxiliar, e era no Enio que eu encontrava essa solidariedade, essa resposta. Fiz questão que o Luizinho me acompanhasse no dia de hoje, porque o que mais me vincula a ti é o Luizinho. Ele nos aproximou, e o fez com tanta eficiência, que de lá para cá o nosso relacionamento pôde se consolidar. Fico extremamente feliz de neste instante estar aqui representando uma parcela da população porto-alegrense, aqueles que como eu têm pensamento liberal e acreditam na liberdade, na mesma liberdade que tu proclamas, a liberdade de trabalhar, de produzir, de criar e de prosperar, aquela liberdade que permite que alguém que nasce em Guaporé venha a Porto Alegre e se transforme, num determinado momento, em cidadão da Capital do Estado do Rio Grande do Sul e o seja pelos seus méritos. Alguém que teve na partida a igualdade da oportunidade e que, pelos méritos, se destacou ao longo do percurso. E se falo em percurso tenho que mudar um pouco o enfoque do meu pronunciamento e me voltar para o outro homenageado, o Rui Barbosa. Em termos de complementação de percurso ninguém tem tanta autoridade para ser homenageado e reverenciado como tem o Rui, que eu me acostumei a ver campeão pelo meu glorioso Grêmio, mas que levou à vitória várias bandeiras e vários clubes gaúchos. Hoje pode-se dizer que o Rui não tem clube; ele tem uma paixão. E esta paixão é o esporte de base, é o atletismo que ele até hoje pratica, num exemplo que deve ser transferido para toda a comunidade, de vez que isso faz com que tenhamos hoje a possibilidade de homenagear um homem com 80 anos, a galope para os 81, em pleno vigor, com toda a inteireza física, que só foi possível adquirir pela forma determinada e obcecada com que se vinculou ao esporte de base que tem, ao longo do tempo, praticado com tantas vitórias.

Se alguém menos avisado chegasse hoje aqui e visse a forma atlética do Enio, aos 65 anos, pensaria que o Enio é o corredor, devido à sua forma física. Como o ilustre Ver. Luiz Braz, que foi o proponente destas homenagens, já teve o ensejo de longamente dissertar, Sr. Presidente, eu consulto se vale para mim também o tempo duplo.

 

O SR. PRESIDENTE: O tempo duplo é só para o autor da iniciativa.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Vou então encaminhar uma conclusão adequada ao tamanho dos homenageados do dia de hoje. Certamente eu me trairia com o que eu tenho de carinho pelo Enio, o que eu tenho de admiração pelo Rui. Os dois representam e mexem comigo em determinadas circunstâncias. O Gilberto, que está aqui; o Betoni, nosso delegado do Ministério de Comunicações; o Noé Cardoso, enfim, aqueles que labutam nos meios de comunicação sabem por que eu tenho esse carinho tão aprofundado por esse colorado que se chama Enio Berwanger. E aqueles que tivessem alguma dúvida sobre o carinho que eu dedico ao Rui saberiam que as circunstâncias de ele ser laureado do glorioso Grêmio Porto-Alegrense por si só justificaria. Aos dois o meu abraço, o meu carinho e as minhas homenagens. Porto Alegre se engrandece no dia de hoje ao ter Enio Berwanger no rol dos seus cidadãos e ao poder fazer, com toda justiça, esse destaque ao esportista exemplar que é Rui Barbosa da Silva. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra pelo PPS.                    

 

O SR. LAURO HAGEMANN: (Saúda os componentes da Mesa e demais  presentes.) Eu não poderia deixar de comparecer a este ato por duas razões singelas. O nome do esportista Rui Barbosa da Silva me é familiar desde a minha chegada a Porto Alegre. Com seus oitenta anos o Rui Barbosa da Silva é figura conhecida dos meios esportivos desta Cidade, cujo nome ele tem levado, através do Brasil e de outras partes, com rara dignidade e com rara proficiência e ainda hoje é um exemplo para as novas gerações.

É justa, justíssima essa homenagem que se presta a essa figura. Ele continua vivo.

E nós temos outra figura que gostaríamos de rememorar, que é a do Bataclã, que era também uma figura desta Cidade. E o Rui Barbosa da Silva continua vivo para dignificar essa coisa gostosa que se chama recreação e lazer através do esporte.

E o Enio Berwanger é meu velho conhecido, antes do rádio. O Enio se lembra muito bem que, quando ele chegou da Vacaria, eu trabalhava na Rádio Publicidade, no Edifício Mercúrio, na Rua Vigário José Inácio, e ele começou a trabalhar num escritório de representação comercial.

Há um fato interessante, singular, jocoso - claro que a idade modificou a nossa estrutura: nós erámos magérrimos, parecíamos aqueles espantalhos, no tempo que se usava casaco com ombreiras. Nós éramos dois palitos vestidos com casacos de ombreiras, éramos de fisionomia muito assemelhada. Havia um porteiro, zelador do edifício, que nos confundia sistematicamente. Eu trabalhava no sexto andar e o Enio no oitavo. Quando entrávamos no elevador ele sabia que um descia no sexto e outro no oitavo. Quando entrava um de cada vez ele não se continha e tinha que perguntar qual era o andar. Isso ele nos contou depois. É uma figura já desaparecida, mas era uma figura interessantíssima. E foi dali que nos conhecemos. Depois o Enio foi para a Rádio Guaíba. Eu, naquele tempo, já era radialista. E acabamos confundindo nossas carreiras.

Mas o Enio tem uma trajetória excepcional. Depois fui para a Rádio Guaíba e nos encontramos como colegas. Depois, na Rádio Pampa, nos encontramos novamente como colegas. Depois, a vida se encarregou de nos distrair, de nos extraviar, mas continuamos amigos. E hoje concidadãos. Eu não sou Cidadão de Porto Alegre. O Enio hoje é de papel passado e com a maior justeza, porque tanto o Rui Barbosa quanto o Enio engrandecem a sociedade porto-alegrense, num momento em que a cidadania é ressaltada, porque hoje ser cidadão é um privilégio que poucos gozam, pois todos são cidadãos, mas existem cidadãos prestativos, aqueles cidadãos que engrandecem a Cidade, que contribuem para a melhoria da qualidade geral da cidadania, e esses dois são dois exemplos dessa qualidade, desse grau de cidadania. Porto Alegre se sente honrada, e a Câmara Municipal, como representante da coletividade porto-alegrense, sente-se enobrecida por fazer com que esses dois ingressem no rol dos cidadãos, um como esportista emérito e o outro como cidadão de Porto Alegre, no rol das pessoas homenageadas. Longa vida aos dois, principalmente ao Rui, que ainda tem muita vida a nos dar, e ao Enio pelos serviços que vem prestando para todos nós no campo da radiofonia, que nos é caríssima. Parabéns companheiros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra pelo PSDB.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: (Saúda os componentes da Mesa e de mais presentes.) Quero, sobretudo, destacar a alegria de rever o Gilberto e outros companheiros de trabalho no jornalismo e no rádio, de reencontrar a Maria de Lourdes, que a gente acompanha profissionalmente. Seria muito difícil ser o último a falar nesta Sessão, porque o proponente faz o quadro mais amplo dos homenageados, e gente como o Ver. Lauro Hagemann, que tem essa convivência, poderia falar muito mais do que eu, mas, talvez por acaso, acho que os proponentes que me antecederam, exatamente porque são dois os homenageados, com uma longa história, uma longa trajetória, uma longa motivação das homenagens que aqui ocorreu, não esgotaram aquilo que poderia ser dito em torno dos homenageados.

O Lauro tirou-me um peso de cima dos ombros, porque eu não preciso dizer há quanto tempo conheço o Enio para não ficar tão mais antigo, porque já faz muito tempo; talvez nem tanto quanto o Lauro. Queria chamar a atenção de todos para que, em dias como o de hoje, com chuvinha miúda, meio escuro, ficamos muito mais a fim de ficar em casa tocando o barco, estudando, lendo, vendo uma televisão, mas o número de Vereadores que aqui se fazem presentes justifica mais do que amplamente a proposta que o Ver. Luiz Braz havia feito ao Plenário da Casa. São dois homens que merecem a homenagem e, como bem disse o Ver. Dib, não é uma homenagem só da Câmara, mas uma homenagem da Câmara em nome da Cidade de Porto Alegre.

Tenho visto o Rui muitas vezes em entrevistas, ou ouvindo pelo rádio, tantas e tantas vezes sua palavra foi procurada. Não havia cruzado com ele, porque não é bem do meu ramo. O meu esporte, no máximo, é um teclado de máquina de escrever ou de computador. Olhando para o Rui, fiquei pensando que, quando foi batizado, ele podia ter, em última análise, levado uma má-sorte para o resto da vida, porque iria ser sempre o Rui Barbosa sombra, dublê daquele outro de Haia. Ao contrário, aceitou o desafio e contruiu um nome próprio. Não ficou o Rui Barbosa de referência do outro; quem sabe lá, hoje, muitos fazem o contrário: falam de ti para poder lembrar do outro. Essa foi, provavelmente, a tua grande conquista.

O Enio, como o Lauro lembrou aqui, tem uma história longuíssima nesta Cidade e conquistou um conjunto de amigos realmente admiráveis. Aí é que me parece que esta Sessão é feliz, na proposição do Ver. Luiz Braz, de juntar os dois numa única homenagem, porque há algumas coisas que reúnem os dois e justificam esta Sessão. Ambos foram capazes, em primeiro lugar, de mais do que conquistar os seus caminhos realizar suas carreiras, criar os seus próprios nomes, dar também a sua contribuição à comunidade, cada um de seu jeito. Eu queria, sobretudo, agradecer ao Rui por tudo aquilo que tem feito pelas crianças e jovens. Certamente, daqui para a frente, como tem ocorrido em anos anteriores, nós diminuímos o número de meninos e o número de adolescentes que estariam desviados, estariam noutras situações não fosse a atuação do Rui.

Quero agradecer ao Enio porque, certamente, graças ao Enio muitos jornalistas tiveram, em momentos difíceis - lembro aqui o fechamento da Caldas Júnior -, oportunidade de encontrar alternativas de trabalho, nesse caminho que o Berwanger foi abrindo na nossa frente. Eu digo nossa porque também fui um desses tantos que, saindo da Caldas Júnior, de repente cheguei lá na Pampa, primeiro como um convidado, de repente como apresentador e depois já como produtor de progamas.

Mas há uma segunda coisa que quero destacar entre os dois: é que me parece que tanto o Rui quanto o Enio, nessa dedicação à comunidade, conseguiram concretizar uma coisa que é difícil acontecer: eles passaram a representar não apenas a eles próprios, nomes, aqueles nomes que trouxeram da família, construíram com a família, mas passaram a representar comunidades e idéias inteiras. O Rui é fato, hoje, um verdadeiro símbolo no esporte no Estado do Rio Grande do Sul, literalmente da base do esporte, aquele esporte em que ainda fundamentalmente se acredita, que é o de escutar por escutar, pelo simples gosto, pelo simples prazer, o aspecto eminentemente lúdico que o esporte tem e que muitas vezes a gente tem e se esquece, como tantos exemplos que tivemos aí na recente Atlanta.

O Enio, com esse cabelo agora já mais para o prateado, é um verdadeiro diplomata. Lembro da Caldas Júnior, o Enio sempre estava em qualquer lugar onde houvesse uma visita chegando à Casa, e na Pampa ele repete exatamente a mesma função: ele é uma representação dele próprio sempre, daquela Entidade, daquela Instituição, daquela Empresa à qual ele está ligado. O Otávio não precisa ter preocupação, pode ficar em casa que o Enio garante a mão sempre. É a simpatia, é a tranqüilidade de saber que lá chegou alguém e que a Casa tem que, talvez, dar uma atenção especial, e não falo de mim particularmente, mas falo de todos aqueles que por lá cruzaram. Muitas vezes eu vi o Enio muito tranqüilamente ou descendo do terceiro andar da Caldas Júnior ou descendo do segundo andar da Pampa para vir ali sentar, oferecer um cafezinho e queimar uns cinco minutos de papo até que fôssemos encaminhados ao estúdio da rádio ou, no caso da Caldas Júnior, ao jornal. Então, são esses dois aspectos que eu me permitiria destacar nesta homenagem. A dedicação à comunidade que os dois cidadãos desenvolveram ao longo dessas décadas e essa representação que, por isso mesmo, passaram a ter e que vai além deles mesmos, mas que representam idéias e princípios e valores que são fundamentais a gente guardar, a gente manter, a gente respeitar. Por isso, ao Rui e ao Enio, o meu abraço, o meu carinho e o meu agradecimento por vocês terem aceitado a homenagem que esta Casa está prestando em nome da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós gostaríamos, nesta oportunidade, de convidar o Ver. Luiz Braz, autor de ambos os Requerimentos, para fazer a entrega da medalha da cidadania de Porto Alegre ao Enio Berwanger. Gostaríamos de convidar o Des. Nelson Rassier para fazer a entrega do diploma ao nosso homenageado e gostaríamos de convidar o Secretário Substituto de Esportes, Sr. Gilmar Tondin, para fazer a entrega do diploma ao Rui Barbosa.

 

(é feita a entrega das medalhas e dos diplomas.)

 

O Sr. Enio Berwanger, Cidadão de Porto Alegre, está com a palavra.

 

O SR. ENIO BERWANGER: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dizer que estou muito feliz e, pode-se notar, emocionado com esta homenagem que acabo de receber dos representantes do Povo de Porto Alegre com assento nesta Câmara Municipal. Com imensa gratidão e reconhecimento me dirijo a todos para dizer que Porto Alegre fez muito mais por mim do que eu fiz por Porto Alegre, esta encantadora Cidade que, lá pelos idos de 55, me acolheu com muito carinho. Foi aqui que constituí minha família. Foi aqui que surgiram as oportunidades que tive na minha vida. Aqui me realizei profissionalmente e aqui fiz um incontável número de amigos. Como cidadão comum sempre tive muito respeito pelas coisas de Porto Alegre e no desempenho da cidadania. Hoje, mais do que nunca, sinto que a minha responsabilidade aumentou consideravelmente em função do honroso título que, com muito orgulho, acabo de receber. Prometo que saberei honrá-lo.

Ouvi aqui, com muita atenção, as generosas palavras do Ver. Luiz Braz e as generosas palavras dos Vereadores que me saudaram - o meu amigo João Dib, o não menos querido Reginaldo Pujol, o meu grande companheiro Lauro Hagemann e o grande companheiro Antonio Hohlfeldt. Quero, lisonjeado, agradecer por tudo o que foi dito a meu respeito. Ao Luiz Braz, meu colega radialista e autor do Projeto que me concedeu o título de Cidadão de Porto Alegre, o meu grande abraço e minha gratidão. O Luiz Braz enumerou um feito que, através do Lions Club Porto Alegre/Redenção, aconteceu no final de 66 e início de 67. Quero dizer que ninguém faz nada sozinho. Eu tive a idéia depois de ouvir um clamor de um homem, como o saudoso Severo Dullius, que era Coordenador do Departamento de Trânsito de Porto Alegre. Na época, ele fazia um apelo para que se conseguisse sinalizar a Av. Ipiranga, que por falta de verbas públicas não tinha condições de ser sinalizada. Então, com esse clamor, que eu fiz, através da Rádio Guaíba, onde eu trabalhava, fez com que eu me aproximasse do Dullius, me interasse do que era necessário e levei a idéia ao Clube, ao Lions a que eu pertencia. Vejo aqui o Presidente Oscar Feijó, Presidente da época que muito colaborou, ele e outros companheiros colaboraram muito para que essa campanha fosse à frente. Foram citados aqui também nomes como de Antonio Mafuz, da MPM, e muito especialmente o do Roberto Eduardo Xavier, o saudoso Xavier. Quero destacar também o despreendimento e a atitude dos diretores da Refinaria de Petróleo Ipiranga, Francisco Bastos e Roberto Teixeira, Diretor-Presidente e Diretor Superintendente, respectivamente. Esses homens chancelaram a campanha que nós realizamos. Por isso, com todas essas pessoas, é que foi possível fazer e é por isso que eu disse que ninguém faz nada sozinho.

As outras pessoas que foram citadas, também: teve a participação de João Antonio Martinez, que era Presidente da Panambra, e também dos companheiros do Lions daquela época. Quero dizer a todos que estou muito filiz, muito orgulhoso, muito honrado por ser considerado “Cidadão de Porto Alegre”. Agradeço à Câmara Municipal, ao Ver. Braz. Mais uma vez reitero o agradecimento, porque esta homenagem me toca profundamente, mas quero dizer para o Dib, que falou na Vacaria - e nós temos falado seguidamente na Vacaria -, eu quero dizer que eu trouxe uma contribuição de Vacaria, eu trouxe uma educadora de Vacaria: a minha esposa, que era professora da Vacaria. Eu a trouxe a Porto Alegre, quando casamos, e ela passou a trabalhar no Grupo Escolar Roque Gonzalez; na Cavalhada, levando os seus conhecimentos e ensinando os alunos; depois, fomos para a Avenida Montenegro, no Imperatriz Leopoldina, onde ela lecionou por muitos anos, mudando, depois, para o prédio novo que ficava na João Obino, esquina com a Fitzgerald, terminando os seus trinta e um anos de magistério no Florinda Tubino Sampaio. No momento em que eu recebo uma homenagem como essa, de Porto Alegre, eu queria repartir com ela que sempre foi uma esposa e mãe exemplar, uma companheira que me incentivou e que me apoiou em todos os momentos, nos bons e nos maus que temos na vida. Muito obrigado a todos pela presença, prestigiando-me neste momento; obrigado Presidente Isaac Ainhorn; obrigado Srs. Vereadores, e a ti, Braz, meu companheiro de lides radiofônicas, muito obrigado pela lembrança e pela honra que me deu de me tornar Cidadão de Porto Alegre. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Temos a honra de passar a palavra ao Esportista Exemplar Rui Barbosa da Silva.         

 

O SR. RUI BARBOSA DA SILVA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu hoje reabro mais uma vez este coração, e o coração de um desportista é como um coração de mãe: sempre tem lugar para mais um. Nesta tarde ele se reabre para receber mais homenagens para mim, homenagem um tanto imerecida, porque acredito que têm outros desportistas com mais categoria do que eu que poderiam receber a homenagem. Quero fazer este pedido para a Direção da Casa, para os Vereadores presentes: gostaria que nas próximas vezes viessem outros desportistas receber esta homenagem que estou recebendo nesta tarde do dia 27.08.96.

Quero agradecer, também, ao Ver. Luiz Braz pela lembrança que teve.

E nesta tarde recebo duas surpresas. A primeira foi ter o meu nome escolhido, porque sou o mais modesto e mais humilde representante do esporte do Rio Grande do Sul e do Brasil. E as vitórias que conquistei para os meus clubes, como o Esporte Clube Cruzeiro, o Internacional, a SOGIPA, o Grêmio Foot-ball Porto-Alegrense, com as cores do Rio Grande do Sul e do Brasil, eu não fiz mais do que o meu dever e a minha obrigação. Tanto assim, que essas vitórias que conquistei nas pistas, enfrentando vários adversários, não me pertencem. Apenas entrei com a boa vontade e o meu corpo, como bom gaúcho e brasileiro. Esta vitória é de todos os senhores, é do Rio Grande do Sul, é do Brasil.

Espero, com a graça divina, poder continuar praticando o meu esporte de que tanto gosto. Porque, se todas as pessoas resolvessem praticar o esporte, tenho certeza que uma classe de profissionais poderia mudar de profissão: os cardiologistas, porque ninguém mais ia sofrer do coração. Mas o brasileiro, infelizmente, faz promessa para se aposentar para que? Para ficar em casa, sentado, lendo jornal, assistindo a televisão e não fazendo nada. Senta-se num canto e pede: “minha velha, me traz um cafezinho, me traz a água para o chimarrão, me traz o jornal”. E não sai dali.

Meus amigos, o esporte ainda é, quer queiram ou não, a maior fonte de saúde do mundo.

Peço que a Direção desta Casa traga outros desportistas aqui para serem homenageados e que incentivem o esporte no Rio Grande do Sul e no Brasil, porque o esporte é a maior fonte de saúde do mundo, e assim faria com que as crianças de rua, que estão acostumadas a fumar maconha e têm outros vícios, viessem às praças de esportes para a prática de esportes. E eu me coloco à disposição dos senhores e de todas as pessoas que precisarem.

As duas surpresas que tive nesta tarde, como esta é uma Casa democrática, vou dizer quais são: a primeira é a de ter sido escolhido como o mais modesto e humilde representante do esporte de base gaúcho e brasileiro, e a segunda, meus amigos, Srs. Vereadores, é que, depois de 65 anos que venho praticando esportes, defendendo diversos clubes, inclusive do Rio Grande do Sul e do Brasil, o meu nome foi lembrado não por um gaúcho, mas por um paulista, que é o Ver. Luiz Braz. Meus parabéns, Vereador, e espero que tenhas muitos anos de vida e muita saúde e que venham trazer mais muitos outros esportistas para serem homenageados como eu.

Meus amigos, o tempo passa, e como as horas estão passando e tenho que ir embora, vocês fiquem com Jesus Cristo e eu vou com a Nossa Senhora!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A tarde - noite - não poderia concluir-se de forma mais brilhante do que após essas duas intervenções muito vivas na sua experiência, nas suas mensagens, e se extrai de cada uma um pequeno dado, uma pequena observação. De um lado, ao Enio a necessidade, quem sabe, de voltar à luta das sinaleiras normais da Av. Ipiranga, para que parem  com aquele sinal intermitente que continua ceifando vidas, para que volte ao normal com aquela campanha que implantaste. Ao Rui pela mensagem que nos deixou em relação aos meninos de rua, que a vontade política deve erradicar das ruas desta Cidade de uma vez por todas. Duas mensagens que se extraem. Teve que vir um paulista - porque os dois Vereadores que são porto-alegrenses, Ver. Antonio Hohlfeldt e Ver. Jocelin Azambuja, porque o Ver. Lauro é de Santa Cruz, o Ver. Dib de Vacaria, o Ver. Zanella de Quaraí - para que se fizesse - legisladores eleitos pela vontade dos porto-alegrenses - justiça na outorga do título. O que nos orgulha é a presença de estar nesta Sessão e de ter o privilégio e a singularidade de, não te dando o título, ter presidido a Sessão que te outorgou o título de Esportista Exemplar. É uma lição para andarmos e corrermos pelas ruas da Cidade. Nesta oportunidade, tenho a honra, também, de, a cada um dos nossos homenageados, fazer a entrega de uma obra que foi editada como comemorativa aos dez anos da Câmara Municipal de Porto Alegre, que é “Porto Alegre à Beira do Rio e em Meu Coração”, de Luiz Coronel e Luiz de Miranda.

(Procede-se à entrega da obra.)

Feitas todas as homenagens, registramos as presenças, também, dos Vereadores Artur Zanella e Jocelin Azambuja, e encerramos a presente Sessão Solene.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h39min.)

 

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